A inteligência artificial (IA) está transformando a maneira como fazemos negócios. A adoção de aprendizado de máquina, Big Data, Analytics e outras novas tecnologias em busca de automação não é mais estritamente uma questão de TI e se tornou um fator chave na tomada de decisões que agora envolve os líderes e objetivos de negócios da empresa. Segundo o Gartner, 37% das empresas em todo o mundo já estão investindo em IA. O mesmo levantamento ainda prevê que 70% dos CIOs devem aplicá-la às suas operações até 2021.
As estatísticas são animadoras. No entanto, apesar dos incríveis níveis de automação que a IA promete, todo esse processo depende de um fator fundamental - a mente humana. As máquinas são completamente capazes de armazenar, processar e extrair dados, mas a chave para garantir a eficácia está na frente dos monitores, nas equipes de programação.
A princípio pode soar como algo simples, mas manusear tecnologias de altíssima capacidade requer mais do que habilidades puramente técnicas. O profissional precisa, primordialmente, fazer as perguntas certas – e isso requer estratégia. Seja na programação de um robô ou na configuração de um aplicativo de precisão de diagnóstico médico, o primeiro passo é analisar o tipo de resposta necessária para extrair valor da ação.
Imagine um cenário em que um androide é encarregado de pegar um copo de água. Uma tarefa muito simples, mas se a memória não for alimentada com uma base adequada de informações e comandos, as chances de causar um acidente ou do robô sequer chegar ao copo são imensas. Mas, a partir do momento que o profissional avalia a ação e o resultado pretendido, ele tem a capacidade de elaborar o comando ideal a partir de dados essenciais, como “vire à esquerda”, “estenda o braço”, “abra a mão” e “feche a mão com baixa pressão”. Depois que todos esses dados são aplicados em combinação com a IA, a tarefa pode ser executada com segurança e precisão.
Em outras palavras, obter tecnologia de última geração e equipamentos poderosos é apenas metade da solução. As equipes técnicas devem estar preparadas para usá-las com eficiência, para que a proposta da IA seja cumprida.
Nos EUA e em outros países tecnologicamente mais maduros, a evolução das empresas que adotam a IA já é notável, com resultados muito relevantes. O Brasil ainda está em fase de transição, na qual a maioria das organizações começa a compreender a necessidade da transformação digital, conhecendo as alternativas disponíveis no mercado e investindo gradativamente em soluções que atendam às suas necessidades. Mas ainda não alcançou o nível de maturidade das economias mais desenvolvidas, com as iniciativas de IA ainda restritas a alguns segmentos.
Segundo o IDC, até 2025 o volume global de dados chegará a 175 zetabytes, um crescimento de 61% comparado com a base atual. As organizações já entendem que a quantidade crescente de informações de suas atividades precisa ser armazenada de forma eficiente e acessível, e sabem que a IA se tornou um aliado no processo de análise e transformação digital. Seja a empresa uma produtora de papel e celulose, comércio online ou laboratório de análises clínicas, a essência do próximo passo na evolução é a mesma: desenvolver talentos que sejam capazes de realizar perguntas estratégicas e manipular corretamente as respostas e dados para extrair o melhor da IA.
As máquinas são excelentes e vão continuar transformando positivamente nossa relação com os negócios. Mas, felizmente, a mente humana é insubstituível e será sempre a engrenagem responsável pelo sucesso da operação.
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